segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sai Brizola Neto, entra Sérgio Zveiter - o caudilho não merecia

Brizola Neto e o avô: cartas fora do baralho no PDT

Por essas e outras é que se vê no horizonte o crepúsculo de um legado histórico.

“No Rio, já há uma preocupação em relação à situação de Brizola Neto, que está disputando a reeleição com algumas máquinas, como a do prefeito de Niterói,  Jorge Roberto Silveira, que está apostando todas as suas fichas em Sérgio Zveiter, o ex-presidente da OAB que pediu a intervenção no Estado do Rio quando Brizola era governador”.
Do meu blog FOFOCAS DE BASTIDORES, postado em 24 de setembro de 2010.
A nova cara do PDT: Lupi, Jorginho e Zveiter



Até o momento, ainda não sei se o PDT conseguiu ultrapassar a cláusula de barreira, o número mínimo de votos da bancada federal para continuar recebendo uma certa quantia do fundo partidário e, em tese, para continuar existindo.
Mas antes de voltar a comentar o 3 de outubro com o cérebro ultra-ligado, rendo-me ao grito do coração. É deprimente ver o que aconteceu com o partido criado por Leonel Brizola como uma resposta rebelde ao golpe do general Golbery, que levou o TSE a lhe tirar a legenda histórica do PTB.
É difícil aceitar calado a troca insólita e insultante do jovem deputado Brizola Neto por Sérgio Zveiter, aquele mesmo que, à frente da OAB fluminense, no início da década de 90, pediu e tentou articular uma intervenção para derrubar o caudilho, em seu segundo mandato como governador do Estado do Rio.
O melhor deputado do PDT
O neto de Brizola foi de longe o melhor deputado do PDT nesses últimos 4 anos, distinguindo-se  de uma bancada medíocre e fisiológica, na qual só mereciam respeito dos trabalhistas, além dele,  o pernambucano Paulo Rubem, o gaúcho Vieira da Cunha e o fluminense Miro Teixeira, este muito mais por ser um parlamentar experiente,  extremamente preparado e respeitado.
Embora tenha chegado à Câmara um tanto verde – com a experiência de apenas dois anos como vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro – Brizola Neto foi se firmando na coerente defesa dos interesses nacionais, suscitando debates como nas denúncias sobre a utilização predatória dos nossos minérios, especialmente o nióbio
Fora do PDT, tive oportunidade de alertar a alguns eleitores brizolistas sobre o risco que sua candidatura corria, insistindo em que sua derrota seria uma perda gravíssima, não apenas pelo sobrenome, mas também por seu comportamento parlamentar coerente e sua atuação dentro do partido, onde implantou e comanda o diretório municipal do Rio de Janeiro.
Minado pelas máquinas municipais
Lembrei que ele ia sofrer o mesmo processo de solapamento que me retirou da Câmara do Rio de Janeiro. O PDT perdeu o recato filiando qualquer um, assumindo os riscos de uma legenda sem compromissos históricos e sem bandeiras políticas e sociais.
No meu caso, a minguada bancada municipal carioca foi tomada por evangélicos, que se espalham por partidos diferentes com objetivos indecentes. A mesma igreja do “missionário” RR Soares “alugou” uma vaga de federal no PR para Adilson Soares (irmão), colando na votação de Garotinho, e de estadual no PDT  para Marcos Soares (filho), colando na votação de Wagner Montes.
Na Câmara da capital, infiltrou Jorge Manáia no sapatinho, já nos acréscimos, aproveitando-se que ele era médico-militar e tem prazo menor. Além dele, outra evangélica, Nereide Pedregal, foi a maios votada, sobrando a terceira vaga, na rabeira, para outro neto de Brizola, Leonel, jovem vem muito bem intencionado.
Agora, o deputado federal foi minado pelas máquinas do interior, nada legítimas. Sandro Matos, prefeito de São João de Meriti, na Baixada,  filiado ao PR, lançou seu irmão Marcelo pelo PDT e este foi o mais votado dos três eleitos – com 80.062.  Curiosamente, Bruno Correia, filho do vice-prefeito Carlos Correia, antigo pedetista, teve apenas 13.032 votos para estadual, numa dobradinha que “furou”.
O anti-Brizola com mandato no PDT
Pior foi a eleição do advogado Sérgio Zveiter, sobrinho do presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Zveiter, e integrante de uma família de grande tradição anti-brizolista. Até 2009, ele era presidente do DEM em Niterói.  De repente, o prefeito pedetista Jorge Roberto da Silveira, que deu muito trabalho ao caudilho, decidiu filiá-lo ao PDT e jogar todo o peso de sua máquina e do seu prestígio para fazer de Zveiter deputado federal pela legenda que sempre escorraçou.
O desafeto do caudilho foi o segundo colocado em sua legenda, com  65.826 votos, tendo Miro Teixeira como terceiro,  com 63.119. Brizola Neto ficou como primeiro suplente, somando 55.654.
Mas o quadro poderá piorar ainda mais. No pleito de 2006, quem encabeçou a legenda foi Arnaldo Viana, ex-prefeito de Campos, cuja votação agora está congelada, por conta do impasse com a lei da ficha limpa. Se ele for liberado e se tiver a mesma votação anterior – mais de 70 mil sufrágios – a Câmara Federal poderá perder também o concurso de Miro Teixeira.
Já não se pode falar em brizolismo
Zveiter foi o principal elemento no conflito entre Brizola e Garotinho.  Eleito governador pelo PDT, em função de seu trânsito no Judiciário fluminense, o ex-governador o nomeou secretário de Justiça.  O caudilho não engoliu e deu no que deu.
O perfil da bancada federal do partido criado por Brizola (já não se pode dizer brizolista) não é diferente da anterior. Felizmente, Paulo Rubem e Vieira da Cunha voltaram (foram os últimos colocados da legenda em seus estados). E daqui para frente?
Na eleição de 2006, Brizola Neto havia obtido em torno de 63 mil votos.  Dois anos antes, o Brasil perdera seu avô, uma das figuras mais admiráveis da nossa história.  Tendo tido uma atuação tão coerente, participando da bancada de apoio de Lula e exibindo na tv gravações afetuosas da Dilma Rousseff, por que essa queda?
A maldição de Sérgio Cabral
Pode ser que boa parte do eleitorado brizolista, que ainda existe em todo o país, especialmente no Estado do Rio, não o tenha perdoado por sua repentina condescendência e aliança com Sérgio Cabral.
Anti-brizolista desde que se entende por gente, o governador não fez por menos: mandou destruir a obra do Memorial Leonel Brizola, iniciada na gestão da governadora Rosinha, sob a alegação de que precisava do terreno para o metrô.  Não ofereceu nenhuma alternativa ao memorial concebido por Oscar Niemeyer e Brizola Neto, que havia esperneado na hora, recolheu-se a um silêncio obsequioso.  Já não se fala mais por  aqui num nessa obra, que era um preito de justiça à história.
Em sua campanha televisiva, Brizola Neto fez mais questão de associar-se à Dilma do que ao avô.  Exibiu muitas vezes o vídeo em que ela o recomendava. Garotinho, o mais votado do Rio de Janeiro, ao contrário, fazia questão de comparar a “perseguição que sofria” aos massacres de Getúlio e Leonel Brizola.
Para os brizolistas mais apaixonados, Dilma ainda é vista como aquela que trocou vinte anos de PDT, por onde foi alçada a alguns cargos públicos, pela Secretaria de Minas e Energia do petista Olívio Dutra, deixando de seguir o caudilho quando este rompeu com o governador gaucho, no que foi acompanhado de muitos trabalhistas históricos, inclusive o próprio filho José Vicente, que presidia a loteria do Estado e lá permaneceu, ocasionando uma crise familiar: os netos  ficaram do lado do avô.
Independente dessas concessões, a presença de Brizola Neto na Câmara Federal já  valia por sua própria atuação e pelo trabalho de comunicação social, através do seu blog.  Sem mandato, o que acontecerá agora com o neto de Leonel Brizola? Poderá ganhar um bom cargo compensatório no governo de Cabral ou, quem sabe, na administração federal.
Mas não foi isso que os fiéis brizolistas pediram a Deus.
O massacre de João Goulart Filho no PDT-DF
Estou reunindo informações sobre o massacre do filho do presidente João Goulart dentro do próprio PDT de Brasília.  Outra ignomínia que não podemos deixar passar  sem nosso grito de repulsa.

14 comentários:

Eduardo Lima disse...

Meu amigo, infelizmente pela primeira vez na minha vida, tenho de discordar de você justificarei neste post.
Brizola Neto em sua campanha ao invés de se debruçar sobre o legado de seu avó, resolveu beijar a mão de Dilma, afim de se alavancar e pegar carona na queridinha do Lula, Lula que aliás, COMPROU o PDT e principalmente o ministro Carlos Lupi.
Todos que se elegeram "cagaram" para a coligação e para Dilma e isso na minha humilde opinião foi fator determinante.
Um grande abraço

Anônimo disse...

Inacreditável. Além do mais, Zveiter foi advogado do Roberto Marinho e até hoje trabalha para seus filhos. O PDT se perdeu mesmo.

Katia D'Angelo disse...

Você sabe que na minha ingenuidade e ignorância politica cheguei a propor ao CESAR MAIA a utilizar o nosso site de denuncias www.chegaqueremosrespeito.com e o nosso video mostrando a monstruosidade que este gov vem fazendo, tirando os lares das pessoas sem nenhum respeito as lei e aos direitos humanos.
Um exercito de pessoas sem casas e com lares destruídos e sob a mira e a ameaça de perder suas casas. ESSE É UM GRANDE PROBLEMA QUE TENDE A CRESCER NESSE PRÓXIMO GOVERNO E NINGUÉM CLAMA POR NÓS.

SABE -SE QUE AGORA MESMO O EDUARDO PAES QUE REVITALIZAR O CENTRO E A ZONA PORTUARIA E NÃO mede as consequencias em tirar centenas de famÍlias do morro do prazeres sem indenizações, jogados ao Leo.Como sempre.
É claro que essa politica terá
SIGNIFICATIVO EMPACTO SOCIAL.
Tudo pelos Construtores, Hoteleiros e vantagens pessoais.
O QUE SE PODE FAZER COM ISSO TUDO,CONTRA ESSA GENTE?????????????

Gabriel Siqueira disse...

Infelizmente, temos que admitir que o PDT está dentro do caixão de Darcy e Brizola.

O PDT foi vendido, o Lupi esperou o Brizola morrer e vendeu o PDT.

Nós Brizolistas não podemos deixar se perder o fio da história, como dizia brizola.
Temos que procurar outras alternativas, votar em Dilma mesmo e continuar com a luta.

Mas não podemos achar que PT seja a saída, como dizia o caudílio mesmo, não podemos cair no conto do Operário.

"Só a estrutura socialistas pode resolver os problemas da humanidade." Leonel Brizola

Anônimo disse...

Compartilho com você da mesma decepção. Mas não perdi a esperança nem me sinto abatido, pois ser homem é sê-lo sempre, sem desfalecer nem tobar!
Ainda vai rolar muita água debaixo da ponte até o dia 31 de outubro.
Aprendi que só não temos solução para a morte.
Até a Vitória!

VIVA O POVO BRASILEIRO!

Pitangas e Araçás disse...

Brizola Neto sai dessa eleição extremamente fortalecido politicamente. Teve 55.000 votos, o que não é pouca coisa. Especialmente para quem como ele não usa os métodos sujos da tradicional política fluminense.
Ele tem apenas 32 anos e demonstra talento político invulgar.
Só os invejosos e direitistas empedernidos podem estar festejando o fato de Brizola Neto ter ficado, por hora, apenas na primeira suplência.

Anônimo disse...

Nada como um dia depois do outro.
O legado de Leonel Brizola jamais será perdido. Está nas mãos de um competentíssimo político, seu neto Brizola Neto, que agora mais do que nunca estará livre para fazer o que o avô mais sabia: organizar e mobilizar o povo brasileiro em sua caminhada para a libertação.
Uma caminhada que tem na eleiçÃo de Dilma Rousseff um de seus primeiros e grandes passos.
Maria Lucia

Anônimo disse...

Caro Porfírio
Parabéns pelo oportuno artigo, que tomei a liberdade de divulgar em vários blogs.
Mas discordo quanto à idéia de que o legado de Leonel Brizola está em perigo.Está mais vivo do que nunca e a liderança de seu neto no Estado do Rio de Janeiro e em todo o Brasil só faz crescer.
O blog dele Tijolaço.com, está com mais de 40.000 acessos dia. É só conferir no Alexia!
Ele já é um grande líder político e as perspectivas são de um futuro político da maior importância para o povo brasileiro,como foi o de seu avô. Ele tem dignidade,inteligência brilhante,talento e o dom da palavra falada ou escrita.
O fato de não ter sido eleito,embora esteja com a primeira suplência, só vai servir de estímulo para que ele cresça mais ainda politicamente.
Quem frequenta o blog dele, como eu, sente claramente isso.
Um abraço.
Paulo Silva

Anônimo disse...

Se o PDT se perdeu ou não, não sei avaliar.
Agora, Brizola Neto só fez e faz crescer politicamente.
Seu blog, Tijolaço.com tem 40.000 frequentadores entusiásticos, espalhados por todo o país.
Trata-se de um político de brilho invulgar.
Ouso dizer que é o mais promissor talento político do país neste exato momento.
Ser ou não reeleito, em nada vai alterar essa realidade.
Humberto Azeredo

Anônimo disse...

Sou estudante de Medicina,tenho 20 anos. Votei em Brizola Neto. Como eu milhares de jovens fluminenses o fizeram.
O legado de Leonel Brizola está sendo generosa e competentemente compartilhado conosco, pelo Deputado Brizola Neto.
A carreira política dele apenas se inicia. Queremos vê-lo Presidente do Brasil dentro de una 15,20 anos. Não há pressa, tudo tem seu tempo certo.
Aline

Ieda disse...

Meu querido Porfírio, sou mais uma a ter de discordar de você e reiterar que muitas vezes nos fortalecemos depois de uma derrota.

Brizola Neto é brilhante e pra mim é o futuro do PDT!

Anônimo disse...

Brizola Neto nega trabalho a concursados.

É irônico as peças que a vida prega, Carlos Daudt Brizola , conhecido por Brizola Neto (uma forma barata de vincular seu nome ao lendário Leonel Brizola, a fim de aumentar status político), se tornou o novo Secretario de TRABALHO E RENDA do Estado do Rio de Janeiro em 2011.

Ao assumir a Secretaria, "Brizola Neto" tinha como umas das pendências do governo passado, a posse de, pelo menos, trinta pessoas (que nada tem haver com o governo passado). Essas pessoas foram convocadas em dezembro de 2010, mas a folha de pagamento do estado já havia sido fechada, então ficaram sem matrícula, apesar de terem sido chamadas por telegrama, alocadas em seus setores e com publicação no Diário Oficial.

Todos estavam esperando a posse do novo Secretário para resolver essa simples questão (apenas uma assinatura), para que pudessem receber seus salários e continuarem seus serviços.

Porém, "Brizola Neto" apenas se interessou em dar posse à pessoas de alto escalão, para trabalharem com ele, e que não são concursadas - algo comum na política.

Simplificando; o Secretário de Trabalho negou trabalho a quem o tem por direito.

Já começou muito bem o mandato. Fica uma certeza; é fácil ser tijolo, o difícil é ser vidro.


LEMBREM-SE DISSO QUANDO VIREM ESSE NOME NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.

Unknown disse...

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