Votei às 15h33m na seção 0176 da 13ª Zona Eleitoral
Apurados 99,27% dos votos, os nulos chegaram a 4.658.330 (4,40%). Em branco, 2.444.375(2,31%). A abstenção foi de 28.899.290 (21,44%), a maior das últimas eleições presidenciais.
Dilma teve 55.752.092 votos num universo de 135.804.433. Isto quer dizer, na prática, que ela motivou 41% dos eleitores aptos a votarem.
Além disso, a diferença entre ela e Serra foi 10 milhões de votos menos do que a de Lula e Alkimim, no segundo turno de 2006.Isso tem que ser considerado para que a nova presidente pense num governo com a amplidão necessária.
Eleitores fotografam as urnas e mostram voto nulo no segundo turno pelo Twitter
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/10/31/eleitores-fotografam-as-urnas-mostram-voto-nulo-no-segundo-turno-pelo-twitter-922914301.asp
A exemplo do primeiro turno, eleitores voltaram a fotografar o voto nas cabines de votação e publicar as imagens em redes sociais neste dia 31 de outubro. Mais frequentes que no dia 3 passado, imagens com votos nulos se propagaram na rede e se misturaram às fotos dos votos dados para José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Mensagens com o número dos candidatos, assim como as fotos de votos nulos e brancos podem ser observadas no site PicFog, que reúne por palavra-chave as últimas atualizações dos internautas no Twitter. Outras fotos com pessoas carregando bandeiras e a movimentação tranquila nas zonas eleitorais mostram o clima desse segundo turno.
"Já votei! Era proibido, mas tirei foto da urna e do meu voto", disse @rafangeli no Twitter. Com o feriado prolongado, alguns eleitores viajaram ou foram aproveitar o dia de sol. Pelo Twitter, alguns internautas mostram que optaram por deixar o voto para mais tarde. "Ainda nem votei! Putz!", lembrou @renatscosta.
"Eu e @karencerejo e o povo lá de casa estamos indo justificar o voto! E o sol ardendo!", avisou @felipevinicius, animado com o feriado.
Também pelo microblog, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), constatou, no Paraná, que as filas para justificar o voto estavam maiores do que as de votação: "Notícias do litoral do Paraná dão conta de que há mais gente na fila dos Correios, para justificar, do que nas urnas para votar."
A proibição de máquinas fotográficas e celulares na seção de votação foi feita pela Justiça Eleitoral e é válida também para o segundo turno em todo país, entretanto cabe ao Tribunal Regional Eleitoral a fiscalização da norma.
O petróleo tem de voltar a ser nosso
Importados devem responder por 60% dos investimentos de US$ 400 bi do setor
Bruno Villas Bôas( O GLOBO, 31.10.2010)
Um estudo encomendado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip)
concluiu que as empresas estrangeiras devem ficar com US$ 240 bilhões das
encomendas de US$ 400 bilhões que o setor de petróleo vai realizar no pré-sal
nos próximos dez anos, o que representa 60% dos investimentos previstos no
período. Bens e serviços para plataformas e sondas serão fornecidos basicamente
por empresas de países como EUA, Noruega e China. O estudo da consultoria Booz &
Company, que teve acesso ao cadastro de fornecedores da Petrobras e durante oito
meses fez uma radiografia do mercado, coloca em xeque estatísticas do governo
federal sobre o setor, que apontam para uma participação de 61,4% da indústria
brasileira em projetos de exploração e produção de petróleo. Mesmo a estatística
oficial, no entanto, tem encolhido: essa é a menor participação dos últimos seis
anos.
O resultado do estudo da Booz foi apresentado ao mercado em agosto, mas o
cálculo sobre a presença estrangeira no pré-sal foi excluído do relatório final.
O anúncio do estudo foi feito a menos de dois meses do primeiro turno das
eleições presidenciais.
— A alegação (para não divulgar) foi que as projeções tinham muitas variáveis e
não poderiam ser consideradas — afirmou uma fonte.
Segundo José Velloso, vice-presidente da Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), os números são preocupantes porque revelam uma nova
estatística, completamente diferente da informada oficialmente pelo governo
federal: — O risco do pré-sal é ser abastecido por estrangeiros — afirma
Velloso.
Para o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura
(Cbie), os números oficiais mascaram a necessidade de adoção de incentivos para
o setor.
— Não poderia ser verdade que o conteúdo nacional avançou para 60% ou 70% da
noite para o dia. O governo está politizando o processo e criando factoides. É
preciso tirar o pré-sal do palanque — afirma o consultor.
Equipamento nacional custa até 200% mais
Especialistas que tiveram acesso ao modelo de cálculo do conteúdo nacional do
governo explicam que há distorções nas contas. Equipamentos estrangeiros sem
similar nacional, por exemplo, são excluídos das estatísticas, aumentando a
participação da indústria nacional. E serviços que só podem ser realizados por
empresas instaladas no país, como movimentação de plataformas, entram na conta
oficial.
— O governo considera como produto local um equipamento que tenha 60% de peças
nacionais.
É um critério do BNDES, para crédito, e que aplicam no cálculo — diz Alberto
Machado, ex-gerente de materiais da Petrobras.
Pelos cálculos da consultoria, empresas brasileiras podem, no melhor cenário,
fornecer metade dos equipamentos e serviços que o présal vai demandar até 2020,
o que aumentaria para US$ 200 bilhões a parcela da indústria local. Mas para que
isso de fato aconteça, o setor precisaria eliminar gargalos e ser mais
competitivo em equipamentos como compressores de ar, válvulas de controle,
motores a diesel e gás e sistemas de automação.
Segundo José Velloso, da Abimaq, os programas do governo têm sido bem-sucedidos
na formação de mão de obra, mas fracassaram na atração de fornecedores
estrangeiros para a instalação de fábricas no país: — A legislação incentiva a
importação.
Estrangeiros não pagam impostos quando vendem para a Petrobras, mas os nacionais
pagam tributos federais sobre seus insumos, embora não paguem na venda à
companhia.
Ele acrescenta que uma série de fatores minam a competitividade dos
fornecedores, como a carga tributária, maior custo da mão de obra, juros
elevados e pouco incentivo para investir em tecnologias. O resultado é que os
equipamentos nacionais custam de 10% a 40% a mais que um similar importado. No
caso de válvulas, por exemplo, o produto nacional chega a ser o triplo de um
equivalente importado da China.
Em nota, a Petrobras afirma que a queda de participação da indústria local em
seus projetos de exploração e produção de petróleo, que recuou 68,75% em 2007
para 61,4% neste primeiro semestre, decorre da mudança de perfil de contratação
de sondas, navios usadas para localizar petróleo e perfurar poços. E reconheceu
que esse percentual deve permanecer “em patamares modestos até a entrada em
operação de 28 sondas que serão construídas no Brasil”.
Na plataforma, só 10% 'made in Brazil'
Produtos de maior valor agregado são importados de EUA, China e Coreia
Os equipamentos comprados de fornecedores brasileiros pela Petrobras para
equipar suas plataformas de petróleo ainda estão limitados a itens de baixo
valor agregado. Segundo dados da Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), o setor brasileiro fornece apenas 10% dos bens de capital
(máquinas e equipamentos) utilizados em uma plataforma.
— Módulo de energia, bombas, válvulas, compressores, tubos e outros produtos de
maior valor agregados são importados. Vêm de países como EUA, Coreia do Sul,
China, Alemanha — diz José Velloso, vice-presidente da Abimaq.
O estudo da consultoria Booz & Company endossa as estatísticas da associação. Em
uma recente plataforma da Petrobras — não identificada pela pesquisa —, apenas
111 fornecedores de equipamentos e sistemas eram brasileiros, de um total de 397
cadastrados pela Petrobras para o projeto.
Arthur Ramos, responsável pelo estudo, explica que, dos principais grupos de
equipamentos, 37% têm predomínio de fornecedores estrangeiros. Outros 38% não
possuem similar nacional, como turbogeradores, compressores centrífugos e
motores a gás: — Esses grupos são exatamente os equipamentos mais caros de uma
plataforma. Isso mostra o grande potencial de crescimento do setor, que pode
crescer muito e gerar centenas milhares de empregos se superar seus gargalos.
Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica (Abinee), afirma que a desvalorização do dólar está empurrando o
setor para um processo de desindustrialização: — O câmbio criou um grande
estímulo para a substituição de componentes nacionais por importados. E isso se
agrava a cada dia, de forma que assistimos a uma desindustrialização do setor.
Em vez de importar componentes, já se importam produtos acabados.
Bruno Musso, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo
(Onip), defende a criação de uma política industrial para o setor, embora
reconheça que os fornecedores também precisam fazer o dever de casa e investir
em tecnologia.
— Em termos gerais, precisamos aumentar investimentos em tecnologia, em
produtividade.
Mas precisamos de política industrial do setor.
Ele se credencia para isso — afirma.
Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a
solução do problema não pode passar pelo aumento da reserva do mercado nacional
nos projetos de exploração e produção.
O petróleo tem de voltar a ser nosso
Espero que estejamos juntos na luta contra a desnacionalização das nossas reservas petroliferas. Veja a matéria a seguir:
Legião estrangeira no pré-salImportados devem responder por 60% dos investimentos de US$ 400 bi do setor
Bruno Villas Bôas( O GLOBO, 31.10.2010)
Um estudo encomendado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip)
concluiu que as empresas estrangeiras devem ficar com US$ 240 bilhões das
encomendas de US$ 400 bilhões que o setor de petróleo vai realizar no pré-sal
nos próximos dez anos, o que representa 60% dos investimentos previstos no
período. Bens e serviços para plataformas e sondas serão fornecidos basicamente
por empresas de países como EUA, Noruega e China. O estudo da consultoria Booz &
Company, que teve acesso ao cadastro de fornecedores da Petrobras e durante oito
meses fez uma radiografia do mercado, coloca em xeque estatísticas do governo
federal sobre o setor, que apontam para uma participação de 61,4% da indústria
brasileira em projetos de exploração e produção de petróleo. Mesmo a estatística
oficial, no entanto, tem encolhido: essa é a menor participação dos últimos seis
anos.
O resultado do estudo da Booz foi apresentado ao mercado em agosto, mas o
cálculo sobre a presença estrangeira no pré-sal foi excluído do relatório final.
O anúncio do estudo foi feito a menos de dois meses do primeiro turno das
eleições presidenciais.
— A alegação (para não divulgar) foi que as projeções tinham muitas variáveis e
não poderiam ser consideradas — afirmou uma fonte.
Segundo José Velloso, vice-presidente da Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), os números são preocupantes porque revelam uma nova
estatística, completamente diferente da informada oficialmente pelo governo
federal: — O risco do pré-sal é ser abastecido por estrangeiros — afirma
Velloso.
Para o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura
(Cbie), os números oficiais mascaram a necessidade de adoção de incentivos para
o setor.
— Não poderia ser verdade que o conteúdo nacional avançou para 60% ou 70% da
noite para o dia. O governo está politizando o processo e criando factoides. É
preciso tirar o pré-sal do palanque — afirma o consultor.
Equipamento nacional custa até 200% mais
Especialistas que tiveram acesso ao modelo de cálculo do conteúdo nacional do
governo explicam que há distorções nas contas. Equipamentos estrangeiros sem
similar nacional, por exemplo, são excluídos das estatísticas, aumentando a
participação da indústria nacional. E serviços que só podem ser realizados por
empresas instaladas no país, como movimentação de plataformas, entram na conta
oficial.
— O governo considera como produto local um equipamento que tenha 60% de peças
nacionais.
É um critério do BNDES, para crédito, e que aplicam no cálculo — diz Alberto
Machado, ex-gerente de materiais da Petrobras.
Pelos cálculos da consultoria, empresas brasileiras podem, no melhor cenário,
fornecer metade dos equipamentos e serviços que o présal vai demandar até 2020,
o que aumentaria para US$ 200 bilhões a parcela da indústria local. Mas para que
isso de fato aconteça, o setor precisaria eliminar gargalos e ser mais
competitivo em equipamentos como compressores de ar, válvulas de controle,
motores a diesel e gás e sistemas de automação.
Segundo José Velloso, da Abimaq, os programas do governo têm sido bem-sucedidos
na formação de mão de obra, mas fracassaram na atração de fornecedores
estrangeiros para a instalação de fábricas no país: — A legislação incentiva a
importação.
Estrangeiros não pagam impostos quando vendem para a Petrobras, mas os nacionais
pagam tributos federais sobre seus insumos, embora não paguem na venda à
companhia.
Ele acrescenta que uma série de fatores minam a competitividade dos
fornecedores, como a carga tributária, maior custo da mão de obra, juros
elevados e pouco incentivo para investir em tecnologias. O resultado é que os
equipamentos nacionais custam de 10% a 40% a mais que um similar importado. No
caso de válvulas, por exemplo, o produto nacional chega a ser o triplo de um
equivalente importado da China.
Em nota, a Petrobras afirma que a queda de participação da indústria local em
seus projetos de exploração e produção de petróleo, que recuou 68,75% em 2007
para 61,4% neste primeiro semestre, decorre da mudança de perfil de contratação
de sondas, navios usadas para localizar petróleo e perfurar poços. E reconheceu
que esse percentual deve permanecer “em patamares modestos até a entrada em
operação de 28 sondas que serão construídas no Brasil”.
Na plataforma, só 10% 'made in Brazil'
Produtos de maior valor agregado são importados de EUA, China e Coreia
Os equipamentos comprados de fornecedores brasileiros pela Petrobras para
equipar suas plataformas de petróleo ainda estão limitados a itens de baixo
valor agregado. Segundo dados da Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq), o setor brasileiro fornece apenas 10% dos bens de capital
(máquinas e equipamentos) utilizados em uma plataforma.
— Módulo de energia, bombas, válvulas, compressores, tubos e outros produtos de
maior valor agregados são importados. Vêm de países como EUA, Coreia do Sul,
China, Alemanha — diz José Velloso, vice-presidente da Abimaq.
O estudo da consultoria Booz & Company endossa as estatísticas da associação. Em
uma recente plataforma da Petrobras — não identificada pela pesquisa —, apenas
111 fornecedores de equipamentos e sistemas eram brasileiros, de um total de 397
cadastrados pela Petrobras para o projeto.
Arthur Ramos, responsável pelo estudo, explica que, dos principais grupos de
equipamentos, 37% têm predomínio de fornecedores estrangeiros. Outros 38% não
possuem similar nacional, como turbogeradores, compressores centrífugos e
motores a gás: — Esses grupos são exatamente os equipamentos mais caros de uma
plataforma. Isso mostra o grande potencial de crescimento do setor, que pode
crescer muito e gerar centenas milhares de empregos se superar seus gargalos.
Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica (Abinee), afirma que a desvalorização do dólar está empurrando o
setor para um processo de desindustrialização: — O câmbio criou um grande
estímulo para a substituição de componentes nacionais por importados. E isso se
agrava a cada dia, de forma que assistimos a uma desindustrialização do setor.
Em vez de importar componentes, já se importam produtos acabados.
Bruno Musso, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo
(Onip), defende a criação de uma política industrial para o setor, embora
reconheça que os fornecedores também precisam fazer o dever de casa e investir
em tecnologia.
— Em termos gerais, precisamos aumentar investimentos em tecnologia, em
produtividade.
Mas precisamos de política industrial do setor.
Ele se credencia para isso — afirma.
Para o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a
solução do problema não pode passar pelo aumento da reserva do mercado nacional
nos projetos de exploração e produção.